quarta-feira, 7 de agosto de 2013

FRONTE de BATALHA

Primeiramente gostaria de agradecer todo carinho que tenho recebido de leitores assíduos do blog. Espero poder sempre ajudar em algo e tornar da leitura de vocês algo prazeroso e desafiador, utópicos e reais, mas ao mesmo tempo atemporais.

Minha postagem de hoje é algo um pouco mais profundo, mas não deixa de ser um devaneio, uma utopia ou um sonho.
Poder observar a batalha diária, os caminhos a percorrer e o que isso nos torna quem somos.
Filosofar um pouco sobre toda essa transformação pessoal em que passamos, e jogar algumas ideias sobre o controle de vida, o sentido que damos a tal, e as batalhas que temos que enfrentar para sermos nós.

Fronte é frente.
Fronte é a parte superior do rosto, também.¹
A fronte é a primeira impressão,
é o primeiro olhado,
é o primeiro a levar o tiro,
é o primeiro a ser tratado como bandido,
é o primeiro a ser frente...
ou fronte.

Fronte lembra testa, fachada, cara.¹
Fronte lembra forte, torre, estrada.
Lembra batalhas, guerras, granadas,
lembra também sonhos, palavras cruzadas.
Lembra uma fonte, daquelas de jogar moedas,
um pequeno pedido, uma fé escondida, uma janela...
Sai um peixinho, uma luz amarela,
ou somente uma lembrança daquelas estradas?

Estar no fronte é tomar na cabeça,
Correr em direção à luta, sem perder a esperança,
Caminhar cabisbaixo, voltar com lembrança,
Realizar os sonhos, subir nas carcaças.

Cada um conhece o que é de si,
Conhece seu ser, sua luta, sua vida
Conhece suas glórias, vitórias, alerta,
Conhece batalhas, guerras, granadas.

No dia-a-dia do mundão,
Vemos pontes, caminhos e caminhão,
Vemos crianças caminhando, senhoras chorando e avião,
Vemos sonhos, fachadas, confusão,
E vemos também no fronte e o soldado na solidão,
Com seu fuzil na mão, seu terço ou Alcorão,
Pode ser de noite, madrugada ou sob o "solão",
Só não pode desanimar, o "vida loka", a União!

A batalha é diária.
Contra a fome, contra a sede, contra o frio,
Contra o crime, contra o descaso na educação,
Na saúde, na ordem e progresso, só corrosão,
Caminhos fechados, sonhos guardados,
Granadas estourando, ruas fechadas, caminhos solitários.

No ônibus, no carro, na moto, no caminhão,
Caminham sozinhos, sonhos fechados no camburão,
Na frente da briga, defender uma amiga, arrastão,
Na luta por direitos, cravados no peito, manifestação.

Esse é o Zé, o João, o Robesvaldo da padaria.
A dona Ana, Helena da Silva, ou Maria.
Todo mundo junto, na sua fronte, de frente, sem medo.
Enfrentando o dia-a-dia, caminhos compridos, marmita fria.

Esse caminho não tem solução,
É filho chorando, por causa da febre, "judiação".
É mãe correndo pra comprar o bife.
É pai sumindo sem assumir o rifle.
É irmão estudando, pra dar futuro pra família,
É filhos cobrado, cobrando o descaso da política.

Na batalha do brasileiro não tem filme de ficção,
Não tem carro blindado, sonho guardado, ou avião,
Só tem a guerra, luta constante, "malcriação",
"Busão" lotado, criança chorando, confusão!
E a conta quem vai pagar? Eu não?

Estar a frente da batalha da vida é isso...
Correr atrás do prejuízo, dormir tranquilo, só sorriso.
Caminhar de cabeça erguida, dia a dia, sol a sol.
Levanta cedinho, corre para o ponto, pegar "busão".
Sorriso no rosto, bom dia amigos, vamos batalhar.
No fronte da vida, quem tem corrida, vai trabalhar.
Dar tranquilidade para o filho estudar, caminhar e sonhar,
Acredite, você pode alcançar!

Batalhamos juntos, em frente ao fronte,
Carregamos sonhos, armas de guerra, que nos dão liberdade...
São livros, ferramentas, uniformes e tranquilidade,
Enfrentar os leões que nos fortalecem nessa estante.
De sonhos, coragens e validação,
Caminha fechado, no seu mundo calado, o cidadão,
Vai pro trabalho, enfrentar a guerra.
Caminhar na batalha, sentar no fronte.

De frente, com cara, não se esconde não.
Olhos vidrados, caminho traçado, arrumação.
Parte pra luta, o "vida loka" da União,
Caminha correndo, vai para o fronte, é hora da ação.
Levanta cedinho, pega carona com caminhão,
Volta correndo pra ver a novela na televisão.
No meio da luta esquece do sonho, pois passa o tempo...
Esquece a vida, os filhos, quando que é bom.
Sonhar de novo, muita demora, eu vou pro chão!
Dormir, que no outro dia, tem que bater cartão.

Corre para o fronte, garoto que sonha, adulto que apanha.
Na batalha da vida, só quem é sabe o quanto custa,
Pra passar cada dia, na labuta, na luta...
Correr para o trabalho, sonhar com o horário, comer apressado, viver apertado.
Olhar do fronte, o campo de batalha, mas não ter força para voar acordado.
Hora de ir pra cama, "tô" atrasado, amanhã o galo canta...
Cedinho, sem deixar sonhar o trabalhador, criança pra creche,
Vamos para o fronte, guerrear, que a semana vai passar.

Eu vou, dia a dia, caminhar...
Mas nunca deixar de sonhar,
Na batalha da vida, só luta quem sonha, só brinda quem briga...

Caminha para o fronte, e vê se deixa de enrolação!



¹fronte: http://pt.wiktionary.org/wiki/fronte

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